sábado, 26 de abril de 2008

[Opinião] Criacionismo e intolerância religiosa

Este post é decorrente da inquietude em mim gerada por um vídeo enviado por um amigo, apresentado abaixo.



O vídeo, muito bem produzido por sinal, apresenta a ciência (em particular, a teoria da evolução das espécies de Darwin) como opressora e inflexível a opniões divergentes (em particular, ao criacionismo defendido por católicos evangélicos). Nele, a "era da ciência" e a "era das máquinas" são vistas como tiranos que deve ser combatidos pois acarretarão no fim das religiões e da liberdade. Neste escopo, o autor questiona o "fato" de que os PhDs devem ser ouvidos cegamente, e qualquer opnião diversa deve ser excluída! A grande questão aqui é que o vídeo (além do fato de estar em inglês) é bem feito e tem potencial para gerar desinformação.

Não é estranho de se imaginar que tal vídeo tenha relação com a opnião expressa por este outro criacionista, que defende o dogma da criação do homem ao referenciar o pensamento crítico por "síndrome de lúcifer", com citações bíblicas inclusive.

Neste contexto, sou um PhD em engenharia biomédica, logo um dos famigerados "opressores". Dentre as minhas atividades, nos últimos 3 semestres chequei a orientar a incrível soma de cerca de 100 monografias de trabalhos de conclusão de curso em nível superior (fora o trabalho, aulas e demais orientados). Algo que me marcou foi que realmente pude passar os fundamentos do método científico para muitas pessoas (algo que realmente só se constroi ao realizar um trabalho científico) e percebi claramente a modificação do seu pensamento: fixou-se a importância do questionamento e da fiabilidade da informação. Estas pessoas vão levar tais princípios para suas vidas!

Afinal, dentre outras coisas, um dos fundamentos da ciência é o método socrático! Tal príncipio discute a descontrução do pensamento mítico pela ironia, e a indução da razão pelo questionamento e diálogo como caminho para a verdade.

Neste contexto, Sócrates discute que deve-se, de forma não ofensiva, mostrar ao interlocutor o absurdo de suas idéias evidenciando as contradições e incoerências lógicas do discurso através do diálogo aberto (exatamente o oposto sugerido pelo vídeo, que mostra a ciência como intolerante). Desta forma, a ironia (i.e. evidenciamento das contradições) é um instrumento para a construção de idéias livres de presupostos superficiais ou preconceitos.

Na discursão sobre criacionismo e a teoria da evolução das espécies, argumenta-se:

1) Não existem evidências materiais da criação divina defendida pela teologia judaico-cristã (ou por qualquer outra tradição religiosa), apenas os escritos antigos.

2) A evolução e a abiogênese são apoiados em evidências:

  • Bioquímicas: o surgimento da vida a partir da matéria inanimada (abiogênese) expressa na Hipótese Oparin-Haldane ou Hipótese Heterotrófica é comprovada pelo experimento de Urey-Miller de 1953.
  • Arqueológicas: a evolução das espécies é evidenciada pela existência dos fosséis, objeto de estudo da palenteologia (lembra dos dinossauros em Jurasic Park?!). Quanto à origem das espécies e do homem em particular, todos os processos de avaliação da idade dos fósseis tanto animais como do próprio homem e de seus precursores mais imediatos apontam números totalmente incompatíveis com os fixados pelos textos religiosos.
  • Genéticas: a evolução das espécies é evidenciada pela existência da mutação do DNA e pela seleção natural de genes, comprovada pelos estudos de Ronald Fisher (que desenvolveu a linguagem matemática e a seleção natural nos termos essenciais dos processos genéticos), J. B. S. Haldane (que introduziu o conceito de "custo" da seleção natural), Sewall Wright (que elucidou a natureza da seleção e da adaptação), Theodosius Dobzhansky (que estabeleceu a idéia de que mutações, ao criarem diversidade genética, supriam o material bruto para a seleção natural), William Hamilton (que concebeu a seleção parentada), Ernst Mayr (que reconheceu a importância chave do isolamento reprodutivo para a especiação). Tais estudos são verificáveis nos contextos de genética de populações, biologia celular, botânica, zoologia, sociobiologia e ecologia.
  • Computacionais: a evolução das espécies é evidenciada pelas soluções evolutivas, em particular aos algoritmos genéticos. Pessoalmente, acho que nada mais visual neste sentido do que o projeto golem (excelente para leigos!).
  • Antropológicas e sociológicas: pelos mecanismos de seleção artificial em populações para aptidão econômica e social, demonstrando matemáticamente causas genéticas para comportamentos como seleção consangüínea (kin selection), altruísmo, especiação e os memes. Esta nova área do conhecimento vêm sendo referida por sociobiologia (portal). Um dos ramos interessantes desta linha de pesquisa é a psicologia evolutiva.
  • Biológicas: Sua aplicação pode ser observada em diversos processos, particularmente de forma mais evidente na cladística e na a biologia do desenvolvimento (i.e. estudo do desenvolvimento embrionário).
  • Matemáticas e econômicas: A seleção natural é aplicada nos mecanismos de equilíbrio econômico (teoria da escolha racional), baseados na teoria dos jogos. A teoria dos jogos, fundamentada nos matemáticos e economistas John von Neumann e Oskar Morgenstern e que também inclui as contribuições de John Harsanyi, John Nash, Howard Raiffa, Thomas C. Schelling e Herbert Simon. Esta formulação também tem aplicações em filosofia e ciência política, ética e jornalismo.
  • Cosmológicas e geológicas: Embora não relacionadas com a evolução, a cosmologia, astrofísica e geologia também atestam pela inveracidade científica do mito de criação do universo pela teologia judaico-cristã (na qual se insere a criação divina da vida e da própria espécie humana), assumindo seu início pelo Big Bang.
Desta forma, a negação da evolução envolve a recusa em aceitar uma boa parte das ciências naturais, principalmente as descrições da história do planeta e da vida.

Dentre as hipotéses (1) e (2) reina uma questão de bom senso (assim como assumido pela navalha de Ockham)!

A recente discussão do criacionismo por grupos evangélicos é decorrente da estratégia da cunha (ao qual se insere o vídeo motivador deste post), defendendo o criacionismo pelo design inteligente, que consiste de uma pseudo-ciência (classifica-se como pseudo-ciência por não apresentar evidências materiais ou seguir o método científico). Especula-se que este movimento faça parte de uma estratégia política de grupos conservadores norte-americanos (particularmente do sul dos Estados Unidos), obtendo favorecimento eleitoral ao subsidiar a agenda social conservadora em uma ampla gama de assuntos defendidos por grupos evangélicos incluindo aborto, eutanásia, sexualidade e outros movimentos de reforma social.

Neste ponto, não tanto como pesquisador (acho que o tal título de D.Sc. me concede tal denominação), mas como humanista e cidadão consciente (de visão liberal e social-democrática) me vejo na obrigação de desmistificar e desconstruir a desinformação causada pelos dogmas criacionistas e do design inteligente, ainda mais tendo em vista a implicação política e social implícita. No Brasil, o problema não é menos sério, conforme o post anterior.

Neste ponto, me insurjo em convocar as demais pessoas de bom senso, que acreditem na humanidade, a empregar esforços para conter a intolerância e fundamentalismo religioso sempre que o mesmos:
  • Ameaçem as liberdades democráticas: e.g. discriminação ou resarciamento da liberdade de crença contra praticantes de cambomblé por grupos evangélicos pentecostais;
  • Incitem a violência, o preconceito e a intolerância: e.g. conflito palestino, etc;
  • Impuserem a exploração social/econômica do indivíduo ou a perda de sua qualidade de vida em proveito evidente de terceiros: e.g. instituições que induzem doações ou cobram dízimos - principalmente de pessoas com um salário ou menos - sem apresentar prestações de contas abertas e públicas (demostrativos de usos e fontes) que mostrem claramente o uso do dinheiro - Igreja Universal, Assembléia de Deus, etc.
  • Travestirem informações como científicas de forma a obter credibilidade: e.g. espiritismo, design inteligente/criacionismo, cientologia, noergologia, homeopatia, astrologia, radioestesia, e demais pseudociências esotéricas. Note que este problema assume uma dimensão muito mais preocupante na medida em que tais "áreas do conhecimento" alcançam o ensino superior formal, com o apoio do estado inclusive.
  • Incidam na separação entre estado e igreja: e.g. pressão contra pesquisa de células tronco no Brasil.

No entanto, cabe discutir que deve-se haver um total respeito pela liberdade de crença e o livre arbítrio em qualquer situação, cabendo apenas a intervenção e esclarecimento sobre aspectos negativos do fundamentalismo religioso (principalmente nos contextos descritos acima). Desta forma, a conclusão sobre o tema a ser discutida com os criacionistas supracitados deve serguir um formato geral semelhante a:


"Você tem todo o direito de ter suas crenças e não pretendo contestá-las! Você pode acreditar em Deus e que o mesmo criou o homem se assim o quiser, mas deve concordar que isto claramente não é uma verdade científica! Sua aceitação destes dogmas baseia-se apenas em sua fé, e não na lógica e nos fatos. As evidências mostram que a evolução das espécies é real e a vida se originou pela abiogênese. É possível crer em Deus e entender a ciência, desde que não se tente misturá-los ou conflitá-los e que não se obrigem terceiros aos dogmas, especialmente terceiros de outras crenças. A crença em Deus é uma verdade pessoal (cada um tem o seu) e a ciência é uma verdade universal (a natureza é a mesma para todos)!"


Observe-se um ponto fundamental no discurso acima: a sutileza e a não ofensividade. Deve-se sempre evitar a negação simples e direta do dogma, pois o bloqueio emocional (que normalmente acontece em conflitos diretos) dificulta, ou mesmo impede, o pensamento crítico. Desta forma, a apresentação das inevitáveis contradições do dogma sobre a lógica racional deve seguir uma linha de discurso sutil, polida e bem construída (nunca ofensiva ou destrutiva).

Note que a questão aqui não é o absurdo das idéais prosposta pelos dogmas dos fundamentalistas religiosos, mas o sequinte exercício: "Como você poderia abordar estes indivídios, de forma delicada, a fim de desconstruir sua desinformação (minimizando seu o estrago) e ainda incutir nessas pessoas o pensamento crítico?". Note que o exercício desta dialética é realmente muito difícil!

Finalmente, vale lembrar que a própria existência das religiões, e do próprio comportamento social humano, é decorrente de mecanismos genéticos e da seleção natural, ou seja, não cabe a ciência a sua destruição, uma vez que é um processo natural em si, mas o seu esclarecimento e conciliação para fins de evolução do conhecimento e da própria humanidade.

4 comentários:

Anônimo disse...

Caro Jorge Albuquerque,

Sua declarada tolerância à crença religiosa em Deus e a criação divina do homem constrata com o tom que você imprime em seu texto, ou seja, me faz suspeitar que a sua tolerância seja apenas da 'boca pra fora', sendo que vc gostaria mesmo de desmoralizar e deslegitimar essa crença como mero apego a dogmas e pseudo ciência.

Quanto aos seus questionamentos sobre a veracidade dos relatos bíblicos, pelo menos se considerados em sua literalidade, concordo totalmente com você. Porém, acredito eu, e nisso estão comigo a esmagadora maioria dos cristãos, que a bíblia não é pra ser interpretada literalmente - ou pelo menos, não toda ela.

Você em todo momento opõe 'racionalidade' e 'lógica' do lado que você defende, o lado da ciência, opondo-se ao obscurantismo e dogmatismo dos seus adversários.

Mas, cá entre nós: você acha lógico que todo esse universo, tão grande e complexo, a própria vida, a racionalidade humana e todas essas infinitas nuances da existência teriam surgido simplesmente a partir do nada? Logicamente, como você pode explicar o nada gerar alguma coisa, ainda mais algo tão infinitamente grandioso e complexo?

Quanto a sua crítica aos neopentecostais, me parece muito justa, mas também me parece que você quer jogar todos os religiosos no mesmo saco, como se fossem todos eles aproveitadores e enganadores que extorquem seus fiéis. Ora, por favor!

E por fim, por mais que o darwinismo seja sim uma teoria pertinente e que pareça fazer muito sentido, a crítica do video não é inválida - os darwinistas, e não apenas os darwinistas como os cientistas em geral, apesar de declararem a humildade e caráter não dogmático e falseável do método científico, arrogam-se a uma autoridade quase ditatorial, execrando os que colocam em dúvida seus pressupostos teóricos, e você, mesmo que não tenha percebido, fez exatamente isso nesse texto.

Da minha parte, não acredito nem desacredito no darwinismo. Mas reconheço como totalmente verídicas as críticas feitas pelo video em questão.

Saudações cordiais,

Josué.

Jorge Albuquerque disse...

Muito bem Josué,

Você captou muito bem o espírito da discussão!!!

No caso, a tolerância não é da "boca para a fora"!!! O princípio da tolerância é respeitar o direito ao diferente. Eis o ponto: pessoalmente não acredito no divino! Mas defendo até a morte o seu direito de acreditar em Deus e que as escrituras provenham diretamente dele. Qualquer pessoa que venha a te negar a existência de Deus está te desrespeitando, porque é uma verdade pessoal sua, algo que você acredita e lhe é precioso!! Estou com você até o fim. Neste ponto reside a tolerância: na aceitação de opniões tão diferentes.

Vejamos como funciona na prática:

Se você me diz que tem fé em Deus. Eu te apoio! Deus pode existir!

No entanto, se você me diz que tem provas disso, eu gostaria de analizá-las friamente com você!

No caso, você está utilizando o argumento da "Complexidade Irredutível", ou seja, "como algo tão complexo como a vida pode ter surgido do nada?" (este é o princípio do "design inteligente").

Eis a questão: pode sim! Pode porque existem fatos que apontam que foi exatamente assim que aconteceu!!!!

A criação da vida a partir da matéria inorgânica (abiogênese) se deu de forma Heterotrófica. Isso foi comprovada pelo experimento de Urey-Miller. Você pode repetir o experimento e ver a formação coarcevada! Funciona!

OK! A abiogênese explica a criação (a fagulha inicial) da vida, mas como ela chegou a toda a beleza que existe hoje?

Por dois mecanismos principais: mutação e seleção natural! A mutação trás a diversidade e a seleção natural conduz o caminho!

Somente isso poderia gerar toda complexidade da vida na Terra?

Pense bem no assunto: quantos tipos de cachorro existem? Eles não são tão diferentes e diversos? A menos de 100.000 anos não existiam cachorros, só lobos! Quem criou os cachorros como são hoje? Nós, os homens, por seleção artificial!

Se foi possível criar todos os cachorros diferentes num período tão curto da história da terra, o que seria possível em 5 bilhões de anos? Simplesmente tudo o que existe. Todos os passos são bem documentados pelos fósseis. Sabemos exatamente como aconteceu!

Logo o argumento da "Complexidade Irredutível", ou seja, "como algo tão complexo como a vida pode ter surgido do nada?" não é suficiente para mostrar a existência de Deus.

Conclusão:

Não existe nenhum fato natural que indique a existência de Deus. No entanto, se você tem fé, deve acreditar! Porque?

Porque a inexistencia de fatos que provem sua existência não prova a sua inexistência: Deus pode SIM existir!

A questão é que quando existir um fato que prove sua existência, Deus constará nos livros de ciência, somente isso! Por enquanto, deve haver uma separação entre os fatos e a crença. Uns ACHAM que existe, outros acham que não e ninguem tem certeza absoluta!

Ou seja, você acredita em Deus porque tem fé não porque tem provas! Fim de jogo!

Nesse ponto fico feliz em ter cumprido o meu papel de esclarecimento! Espero que você tenha entendido a idéia.

nedinaldo disse...

Meu querido voce tem muito que agradecer ao nosso DEUS,pois em meios de milhoes e milhoes de espermatozoites,DEUS escolheu voce para dar vida,me da uma prova que DEUS nao existe......

Jorge Albuquerque disse...

Vamos ver se eu entendi seu ponto: eu ter sido concebido entre milhões de espermatozódes prova a existência divina? Então o fato de alguém na Mega Sena é obra de Deus?????

A falácia estatística é a seguinte: a chance de um espermatozoide em particular fecundar um ovulo é baixa, mas a chance de uma mulher de 25 anos engravidar com relação sexual na ovulação é maior que 40%... Ou seja, nenhum evento probabilistamente impossível quando eu ou você fomos concebidos... Foi um fato natural!

Falando da Mega Sena: a chance é de se ganhar com 1 jogo de 6 números eh de 1/50.063.860. Bem improvável, mas com 50 milhões de apostadores (fim de ano) a chance de ALGUÉM ganhar é cerca de 100%. Quando temos menos apostadores a chance diminui e as vezes ela acumula... Sem milagres...


Agora um ponto importante: EU tenho de provar que DEUS não existe???


Vamos ao método cientifico! Um fato cientifico somente pode ser considerado através da sua evidência direta. Do contrario, não pode ser considerado como tal.

O conceito de Deus não possui nenhuma evidência material, o que o classifica como um crença, não como fato científico. Note que uma crença não exige comprovação, você apenas acredita... Um fato exige provas materiais verificáveis e reprodutíveis... Temos uma diferença?


Vamos tomar um exemplo mais simples: saci-pereré. Existe a crença desta criatura. Mas não existe nenhuma prova (não tenho conhecimento de nenhum saci-pereré em cativeiro)...

Devo provar que o saci-pereré não existe? Esta não é a questão! A questão é que o saci-pereré não é um fato: portanto não devo explicar a coagulação do leite ao saci-pereré, mas as bactérias que posso observar... Mas você pode acreditar no saci-pereré se quiser... Direito seu... Mas sua crença (por mais forte que seja) não faz dele um fato...

Entenda: Se você quiser, tem o direito de acreditar no saci-pereré mas NÃO deve considera-lo para questões científicas... No entanto, SE você puder provar que ele EXISTE, ele passa a ser considerado em outros experimentos (passa a ser um fato natural)...


Agora vamos a DEUS! A questão da crença a DEUS não está em discussão. No entanto, ele não constitui um fato até que seja provado...

E dai temos um ponto interessante: a ciência não pode atribuir uma DOENÇA (ou sua cura) a DEUS (seria a mesma questão do leite e do saci-pereré), nem a criação/fim do mundo (incluindo design inteligente), nem a vida na terra, nem guerras/paz, nem pobreza, nem conflitos sociais, e nenhum fato ou evento. E portanto não existem milagres...

Em suma, enquanto o mesmo não puder ser "equacionado" não "entra na conta"...


Continue com sua crença... Cultive a mesma se lhe faz bem... Continue se faz sentido pra você... Se algo faz parte da sua verdade pessoal e como você entende e experimenta o mundo, que direito você acha que eu tenho de insinuar que você abandone o que você acredita... Isso ia ser uma violência da minha parte... Eu NÃO quero que você pare de acreditar em DEUS...

O que eu quero é que você passe a falar de DEUS como se fosse ciência... Porque DEUS não é ciência...

Me esforço nesse sentido (escrevendo este texto), porque a separação entre ciência/estado e religião foi obtida com séculos de luta, custou muitas vidas e não deve ser esquecida...